quarta-feira, agosto 13, 2008

Tenho tanta, mas tanta razão

Antes que façam um Prós e Contras sobre isto, deixem-me clarificar que eu não vou lá participar apenas e tão só porque não suporto a voz da gaja. Posso até mandar este texto em Word para ser lido por alguém com uma voz melhor, como o Stephen Hawking, o Darth Vader ou a Dulce Pontes. Aproveito para dizer que a gaja do Prós e Contras, com a Júlia Pinheiro, a Catarina Furtado e o guarda-redes Ricardo, são, quando juntos e a sussurrar, uma arma de destruição massiva, daquelas que doem tanto como ficar com o mindinho entalado entre um camião TIR e um contentor carregadinho de bigornas.
Iniciava eu este texto escrevendo eloquentemente sobre o reduzido ou nulo número de medalhas que Portugal vai trazer dos Jogos Olímpicos de Pequim, número esse que vai deixar boquiaberto um sem número de imbecis que acompanha o Paulo Catarro nas noites olímpicas da RTP mas desconhece quantos metros tem uma piscina olímpica. É provável que a Vanessa Fernandes, apesar do peso do aparelho nos dentes, consiga trazer uma medalhita. Eu espero que sim, até porque virá na tradição de outras beldades portuguesas que o conseguiram, como a Rosa Mota e a Fernanda Ribeiro. Mais, tendo em conta que para além destas duas estampas apenas o Carlos Lopes conseguiu trazer o Ouro para Portugal, preferia a companhia deste último numas férias românticas. Também a Naide Gomes, pela fisionomia, é bem capaz de conseguir uma medalhinha no salto em comprimento. O Nelson Évora e o Obikwelu às tantas também conseguem e depois há sempre um gajo da vela que, apanhado num mini-ciclone, consegue chegar nos três primeiros. Ou seja, devemos conseguir duas ou três medalhas, e e.
Ai não sei quê, o Estado não apoia, vão lá é para fazer turismo, foram com pouca antecedência, ficaram no quarto ao lado dos russos que só sabem beber e fazer barulho, não há infra-estruturas, não há um projecto olímpico, choveu, a alimentação era muito diferente, faltam apoios dos privados e estamos num país onde nem há dinheiro para comer. O Ca-ra-lho!
Eu andei numa escola pública em que dos seis anos lá leccionados, apenas um tinha educação física (árdua actividade que consiste em duas cambalhotas ao longo do ano, rapazes a jogar futebol e miúdas a galar o professor “que já vistes o Fiat descapotável do gajo, ganda espectáculo!”) e era quando não chovia. Onde é que acham que a grande porrada dos atletas dos outros países aprendem os desportos? Será no Algés e Dafundo (eu nem sei bem que clube é este, mas tem um nome suficientemente forte e parvo para eu fundamentar a minha tese)?
É preciso constatar, e eu constato muito bem enquanto o Paulo Catarro entrevista um chinês qualquer em vez de passar 15 vezes as imagens da corrida do Phelps dos 200 metros livres em câmara lenta, que mesmo no atletismo, a tradição portuguesa vem toda do corta-mato, vulgo corrida de quem não tem onde correr e cuja estratégia passa por não escorregar na lama tanto como os outros. O tartan é que atrapalha muito.
FR