segunda-feira, julho 31, 2006

Estudo basilar sobre Casas de banho públicas - III

Entrados nas instalações sanitárias (divagarei à saída sobre os puxadores das portas), cumpre-me esclarecer uma questão que decerto paira nas mentes geniais de quem nos lê: será que este gajo se atraverá a falar de casas de banho femininas? Se sim, já esteve em alguma?
Ora, evidentemente que não entrarei, nem neste estudo, nem fisicamente, nos lavabos femininos. Razão: medo de saber demais.
Procedo sem mais demoras para o interior de uma divisão dominada pela frieza, desde a pedra do chão, ao inox das divisórias, passando pelos azulejos da parede e pela água corrente. Tudo ali é frio e ainda bem. Deste modo não há permanências desnecessárias.
Entramos e escolhemos a divisória ou o urinol.
1) da divisória
Divisória desocupada é divisória com porta aberta. Ninguém se dá ao trabalho de a fechar e ao mesmo tempo convida-se o utilizador seguinte a ali entrar, o que não se compreende pois as portas das divisórias não terminam no chão, mas 30 centímetros acima pelo que é possível aferir da sua ocupação. Trata-se. acredito, de um costume. É bonito. O mesmo não se pode escrever sobre o interior da divisória. Água e papel no chão, tampas do autoclismo e gigantescas caixas dos rolos de papel queimadas por cigarros, paredes escrevinhadas às quais dedicarei um capitulozinho, tampa da sanita desconsiderada e piaçaba inexistente, decoram de forma clássica o cubículo. O trinco da porta funciona em apenas dois quintos das casas de banho portuguesas (números da União Europeia);
2) do urinol
A escolha do urinol a utilizar é geralmente precedida de alguma hesitação, creio que por causa dos instintos inerentes à marcação de território que nunca desapareceram.
2.a) peça em cerâmica, suspensa na parece ou colocada no chão - espaço (pouco) reservado para um utilizador, com dose reduzida de naftalina;
2.b) calha junto ao chão que recebe líquidos provenientes da parede revestida a inox ou vidro - com escoador único e portanto comum a diversos utilizadores, com número abundante de bolinhas de naftalina.
O porquê de ocultar o cheiro de urina com o da naftalina - razão ulterior deste estudo - continua-me a escapar. Aguardam-se preciosas contribuições. Para já posso dizer que, com o desaparecimento das traças, o lobby dos produtores de naftalina em forma esférica tem desempenhado com sucesso o seu papel (por sinal, higiénico).
FR

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

para quem não sabe, as traças alimentam-se de cerâmica, o que explica a colocação de bolinhas de naftalina nos urinóis feitos daquele material.

terça-feira, agosto 01, 2006 4:04:00 da tarde  
Blogger montra said...

Desconhecia, mas cientificamente faz todo o sentido.

FR

terça-feira, agosto 01, 2006 7:21:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

fiquei a saber depois de ler o 'Notícias do Mundo' e uma cigana que lê o futuro nas cartas confirmou-mo.

quarta-feira, agosto 02, 2006 11:45:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Fontes seguras, portanto.

FR

quinta-feira, agosto 03, 2006 11:45:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home