sexta-feira, fevereiro 11, 2011

George Orwell

Mubarak finalmente disse que ia abandonar o poder. Não foi bem ele que o disse, foi o vice-presidente, porque o gajo a esta hora já está a ver casas na Cote D’Azur.

Isto das revoluções sempre me fez confusão, porque eu, à mínima contestação, punha-me a milhas, não precisavam de fazer grandes manifestações. Não querem, não é? Então se precisarem das chaves, passem no Clandestino que eu estou lá a beber copos e a ouvir o careca contar as mesmas histórias pela septuagésima nona vez sem eu dar por isso porque nunca me lembro delas ao outro dia. Não porque estivesse muito bêbado quando ele as contou. Nada disso. As histórias é que são sempre muito más.

Eu já aqui escrevi há muito tempo que isto da democracia também não vai lá, aviso já os leitores egípcios. Ok, podem dizer mal de quem lá está, mas não é a fazerem-no que a coisa se endireita. O esquema, que eu propus em tempos e que não me apetece agora procurar nos nossos já longos arquivos, chamava-se roqueocracia e implicava que, para além da cruz, cada eleitor escrevesse o respectivo número de contribuinte no boletim de voto. Depois, aqueles que votassem no vencedor pagavam mais impostos porque tinham lá quem queriam. Quem votasse num partido que ainda tivesse representação parlamentar pagava só metade dos impostos. Quem votasse naqueles que tivessem poucos votos e nem conseguissem um mísero deputado não pagava impostos. Se calhar devia ter contado isto ao gajo do Clandestino, podia ser que ele passasse a contar isto muitas vezes e a coisa pegasse.

Entretanto, e por razões pouco óbvias, isto é giro, depois se for preciso explico porquê:

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