segunda-feira, abril 20, 2009

Acabem lá com isso*

Sempre um passo à frente, o Montra orgulha-se, para logo a seguir se arrepender, de trazer até si uma primeira análise às eleições europeias que aí vêm e que, como V. Exa. constatará daqui a menos de dois minutos se ler isto rápido, encerram em si mesmas o significado do que é, afinal, a “Europa a vinte sete”, expressão cuja utilidade enquanto nome de filme pornográfico ainda não conheceu o merecido sucesso. Creio.
Primeiro ponto: dos candidatos, só ouvi falar do gajo do PS.
Segundo ponto: o primeiro ponto não tem nada a ver com o resto do post.
Ponto realmente importante: o processo burocrático das eleições europeias representa o verdadeiro espírito europeu, ou seja, é um processo irritante, caro, chato, que só interessa a meia dúzia de imbecis e que não muda absolutamente nada, nem nas relações entre os países, nem nas nossas vidinhas coitadinhas. Esclareça-se que a razão da existência do deputado europeu se resume à tentativa política de salvar os programas de milhas das transportadoras europeias, bem como estimular o negócio do arrendamento imobiliário em Bruxelas e Estrasburgo. A ideia, esgalhada pelas Associações de Senhorios de ambas as cidades, e fortemente apoiada pelos respectivos Sindicatos de Porteiras, colhe mérito pela criatividade, mas igualmente desprezo pelo transtorno que me causam coisas como debates parvos e reuniões que engarrafam o trânsito na cidade. E chegar atrasado a algum lado porque os quatro talibans burocratas alemães que mandam nesta choça querem dar uns ares minimamente democráticos à coisa é quase tão incomodativo como ouvir o Durão Barroso discorrer sobre a importância deste e de outros sufrágios. O gajo, cujo nome saiu de uma tômbola onde constavam nomes de doze políticos incapazes que falam um inglês medíocre e que não se importam de passar mais tempo em aeroportos do que em casa.
Eu é que ando sem pachorra, mas um dia destes venho aqui dizer mal da Europa a sério. Tipo político do Bloco de Esquerda, mas sem a parte da burrice.

* ou um primeiro texto sobre como as eleições não servem rigorosamente para nada.
Primeiro de uma enorme série, hã? Vão ver.

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