Soberba análise, mas às três pancadas*
Começo pelo óbvio: o Sporting levou uma tareia do Bayern. Cedo apareceram enumeras explicações para a catástrofe: o tamanho dos alemães, o orçamento das equipas, a incompetência do Paulo Bento, a falta de estrutura (what the fuck?) do futebol português em geral e do Sporting em particular ou a falta de profissionalismo dos jogadores.
A verdade porém, e fico doente só de pensar que ainda ninguém disse isto e se eu sou o primeiro a fazê-lo é porque é tudo mais estúpido do que eu e ninguém imagina como isso é grave, é que muito mais incompetente e imbecil que qualquer dos intervenientes que levou 12 golos na boca nuns oitavos de final da Liga dos Campeões, é quem tenta arranjar explicações para a coisa.
Porque se o futebol europeu fosse visto como é o português, tínhamos os três grandes compostos por Espanha, Itália e Inglaterra, os eternos quartos clubes tipo Braga ou Guimarães substituídos pela Holanda e a Alemanha e depois aquelas equipas que até já jogaram bem e ganharam umas taças mas que de vez em quando vão para a segunda divisão pensar na vidinha, levando umas quantas goleadas pelo caminho, como a França e Portugal. Por isso é que de vez em quando apanhamos cinco, seis ou sete castanholas. Só por isso.
É que foda-se, fico mesmo passado, metam um espanhol e um italiano a ver um programa de duas horas com o Rui Santos e com mais duas ou três abéculas a discutir os resultados europeus do Sporting, com um fervor só suplantado pela imensa cretinice. Se não conseguem conceber o que pensam esses pobres Juanito e Giuseppe enquanto são barbaricamente torturados por frases como “tem que haver um profundo debate sobre o que queremos para o futebol português” ou “os profissionais do Sporting não estiveram à altura dos pergaminhos da instituição que representam”, imaginem agora que estavam a ver um programa sobre o Rio Ave.
FR
* que eram quantas o Sporting queria ter apanhado.
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