quinta-feira, abril 24, 2008

Ai se nós fossemos publicitários

"Ai eu já pensei, em mandar pintar o céu, com vermelho… ser original…"
Esta música, que o Santander usa nos seus anúncios (nos do banco, não nos do leitor) e que parece que é dos Rádio Macau, informação essa que carece de informação e se depender de mim vai continuar a carecer porque não me apetece ficar com "Rádio Macau" no histórico do computador - ainda alguém vê e é uma vergonha – é uma merda. Sim, eu sei que a frase é longa e que quando leram "merda" tiveram que reler a frase para saber exactamente o que é que é uma merda, mas se querem prosa cuidada, lamento desiludir, vieram ter ao sítio errado.

Bom, então a gaja, não lhe bastando a originalidade de começar uma letra pela palavra "ai" como quem diz "ai como é que se chamava aquele chavalo muitá louco lá do liceu?" ainda quer ser original e ver o céu vermelho. Está no seu direito, mas a ideia não deve colher, do mesmo modo que o pai da criatura não devia ter colhido a mãe da mesma. Era menos irritação para os meus ouvidos.

A quintessência (foi o Word que sugeriu) da questão está, porém, no "mandar pintar o céu." Repito: "mandar." A cana-rachada quer o céu vermelho, mas acham que é ela que dá à trincha? É o trinchas! "Ó senhor Albino, ponha-me os cortinados no do meu mais novo, os apliques na marquise e faz favor pinte-me o céu de vermelho que aquilo está uma desgraça e eu quero cá convidar umas pessoas…" é paleio refinado que eu pagava para ouvir. O senhor Santander que pense nisso.
FR