sexta-feira, dezembro 07, 2007

Oh oh oh

Chegamos a esta época do ano e constatamos que as características mais humanas de todos nós vêm ao de cima. Refiro-me, claro está, à estupidez.
Slogans publicitários como “a festa do Natal é no Continente” ou “este ano o Natal é no Carrefour” encerram uma ilimitada cretinice. Ai a festa do Natal é no Continente? Ai este ano o Natal é no Carrefour? É mas é o caralho, digo-lhes eu com educação.
A festa do Natal pode ser em muitos sítios, é-o concerteza, mas no Continente ou noutro hipermercado qualquer mais apertado que o cinto do Pai Natal não é seguramente. O que há nessas superfícies comerciais é, para ser rigoroso, o inferno do Natal, i.e. a angustiante lembrança que amar o próximo é amar uma família de oito, todos de fato de treino - crianças, avós e aquela idosa que ninguém sabe muito bem o que é que é incluídos - que enche dois carrinhos de compras e que parece que espera por esta altura para comprar uma nova tábua de passar, uma nova torradeira que tem um desconto que só o gerente que não se encontra num raio de 300 metros é que pode validar ou ainda um estendal cujo preço até o próprio código de barras desconhece. Escusado será dizer que esta família decide pagar com cheque e que a máquina que o preenche encrava.
Ora, se eu não consigo amar esta família – que é a minha – como é que vou amar outra qualquer que frequenta hipermercados ao sábado de manhã? Ou que trabalha em publicidade?
FR