quarta-feira, novembro 07, 2007

Post potencialmente perigoso

Encontrei, por infeliz acaso, uma tabela de preços praticados pelas juntas de freguesia para o licenciamento de cães. Fiquei a saber que para licenciar um piruças são precisos 11 euros. Tudo bem, aceito. Depois constatei que havia outras categorias com as quais já não estou assim tão de acordo. São infelizes, vá. Ok, são uma filha da putice.
Um cão com fins económicos, por exemplo, custa 5 euros. Ou seja, um chulo de canídeos paga menos que uma criança que queira um rafeirito para brincar.
Já quem queira um canito para fins científicos está isento de pagamento. O truque é, está visto, dizer que se quer o cão para experimentar o shampô antes de o usar para ver se o pêlo fica macio. Se calhar é por isso que andam por aí tantos cães a cheirar melhor que eu. O que não é difícil, admito.
Depois há mais duas categorias: a dos cães potencialmente perigosos (13 euros) e a dos cães perigosos (os mesmos 13 euros). E aqui começa a merda: um cão que um dia destes dá cabo de uma velhota ao almoço paga o mesmo que um cão que já deu cabo de uma velhota ao almoço. É que aparentemente a diferença entre o cão potencialmente perigoso e o cão perigoso é que este último comprovadamente já arranjou sarilho. E já agora como é que se sabe se um canito é potencialmente perigoso? Anda armado? Faz ameaças? E se um cão é perigoso para quê licenciá-lo? E porque é que o piruças chamado Rebuçado e que pertence ao menino Joãozinho que anda na segunda classe só paga menos dois euros que o rottweiler chamado Mussolini que pertence ao núcleo da Juve Leo do Cacém?
A título de curiosidade, o licenciamento de um gato fica em 11 euros. Quanto ao licenciamento de gajos que fazem estas classificações e que têm um QI inferior ao dos animais em causa e ao licenciamente dos camelos que insistem em ter animais em apartamentos, a tabela é omissa.
FR