Intelecto de uma batata frita*

Este fim-de-semana, o jogador Quaresma, do FCP, foi expulso porque deu uma cotovelada ao Tixier, do União de Leiria. O Sousa Tavares, que faz comentários tão facciosos a favor do FCP que por vezes faz o Pinto da Costa parecer benfiquista, escreveu na sua coluna d’ A Bola, que involuntariamente li (estava numa aborrecida reunião), o seguinte:


"(...) tal gesto [a cotovelada] não justificou o espalhafato de Tixier, rebolando-se no chão como se tivesse sido atingido por um tiro de uma Magnum entre os olhos; (...)"


Dou de barato a estupidez do gajo pensar que algum jogador não aproveitaria uma agressão para exagerar um pouco. Vendo caro a imbecilidade de alguém pensar que se rebola no chão depois de levar um balázio de uma arma automática de grande calibre no meio da testa. Creio, na minha imensa ignorância, que não é bem isso que acontece.

O exagero a que o Sousa Tavares nos habituou, quer diga que fuma onde quer, que conduz à velocidade que deseja, que a caça é boazinha para os animais, quer fale do seu clube, é de uma camelice tão grande que estou a pensar em convidá-lo para ortografar aqui para o Montra. Pode ser que ele reparta os honorários que recebe para escrever anormalidades para as onze ou doze revistas que, misteriosamente, lhe vão pagando.

FR

* Ou "Um ódio de estimação, ao qual voltaria com frequência caso chafurdasse mais vezes nos textos do atrasado mental". Achei que este título ficava assim para o grandito.