sexta-feira, abril 08, 2011

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Tenho outras coisas para fazer, mas acho que isto que vou escrever a seguir é a solução para muita coisa, portanto e coiso, até é possível que isto já vá tarde. Paciência. E agradeço que não me interrompam, por favor, que eu estou concentradíssimo.

Perante os insistentes downgradings com que as agências de rating têm prendado a economia nacional, ou a ausência de uma, Portugal devia ter adoptado a atitude do ministro iraquiano da informação ou do Khadafi, negando sistematicamente as notícias de que as coisas andam mal e desvalorizando o trabalho “dessas instituições parasitárias que, recorde-se, atribuíram a máxima classificação ao Lehman Brothers na véspera da sua falência” (este entre aspas são um exemplo do que deveria ser dito). Mais: Portugal devia criar uma agência de rating que ratingasse as próprias agências lá disso, para eles não se armarem em parvos. Podemos arremessar pérolas como “o jantar de Natal da Moody’s foi no Galitos” ou “a Finch ficou em último na pool de apostas do último Mundial, pelo que em matéria de palpites têm é que estar caladinhos”.

Depois criávamos um rating para coisas em que somos bons e que fosse suficientemente objectivo para não nos contrariarem. Um rating do clima, por exemplo, até porque não somos bons em mais nada. A Alemanha ficava à beirinha de ser considerada junk, visto que tem um clima tóxico. A França ficava-se pelo BBb+, mas com ameaça de descida caso se confirmem os aguaceiros que estão previstos para a parte da tarde.

E com isto aproveito a oportunidade para desfazer o mito de que os portugueses são bons no desenrascanço. Não somos. Somos péssimos. Por isso é que não nos desenrascamos e somos um país pobrezinho. Até podemos ser bons no desenrascanço, mas só quando comparado com a actuação mediante acções planeadas. Porque nessas somos mesmo muito maus, porque não planeamos porque acreditamos que nos vamos desenrascar.

E também não somos pouco produtivos, como se reitera por aí. Porque não há nada para produzir. Não é como se tivéssemos fábricas paradas porque ninguém lhes pega. Se não há nada para fazer, porque é que não havemos de demorar uma hora a beber café? E se demoramos essa tal hora, não será problema das máquinas de café que deitam o café muito quente?

Porque é que não aceitamos de uma vez por todas que não somos um povo minimamente especial e que não há nada para endireitar porque até já estamos direitos, à nossa maneira? Porque é que achamos que podemos melhorar? Hã?

FR