quarta-feira, julho 21, 2010

Mal parado

Não há mesito em que não oiçamos notícias sobre o crédito mal parado. Diz mesmo que está a aumentar, o que eu acho perfeitamente natural tendo em consideração a quantidade de sacos da Worten e da Fnac que um gajo vê quando anda de metro ou dos telemóveis que agora se fazem com máquinas de filmar em HD e zoom óptico suficiente para perceber a marca dos óculos de alguém que está na plataforma do supra referido meio de transporte, na direcção do Senhor Roubado, e estando nós na direcção do Rato. E há mais pessoal com esses telemóveis do que a pagar bilhete no metro apesar das portas de vidro se fecharem cada vez mais depressa a seguir à passagem do passageiro honesto. E essas mesmas unidades de povo têm esses telemóveis porquê? Porque herdaram guito suficiente de uma tia septuagenária que ganhou uma fortuna com as “.com”? Porque o euromilhões lhes sai assiduamente? Ou porque ter o melhor telemóvel do universo é uma necessidade que suplanta aquela da fome, e por acaso até há sociedades financeiras que emprestam pilim em barda à afável taxa de juro de 20% (falta-me a pachorra para calcular a TAEG, que este post já vai longo e não me pagam para isto; ou assim pensam os outros membros do Montra…), com a agravante que geralmente quem celebra de livre e espontânea vontade esses contratos de financiamento, mal conseguiu assinar o respectivo BI, quanto mais pensar nas verdadeiras consequências e chatices que daí podem advir? (sim, lembram-se, isto era uma pergunta, pelo que coloquei o respectivo ponto de exclamação no final, apesar de a entoação de V. Exa. o leitor já dificilmente ser essa)
Agora que expliquei brilhantemente como se forma o crédito mal parado, passarei a explicar mediocremente como ocorrem os aspectos práticos da coisa. Em primeiro e último lugar, e tal como o crédito, também o carro costuma ficar mal parado. Geralmente em segunda fila, para importunar o trânsito e a vidinha de quem trabalha (frase patrocinada pela Autocoope).
Assim, se o carro mal parado origina tantas vezes o crédito imperfeitamente estático (Jornal Económico, here I go), vemo-nos chegados, ao cabo de tanto mas justificado disparate, à terceira possibilidade de empregar estupidamente a vil expressão, fossem essas dívidas cobradas por quem o faria eficazmente: “o meu amigo ou paga, ou temos o caso mal parado.”
FR

2 Comments:

Anonymous fa said...

O cargo de gerente da Montra é remunerado? Tou a ver isto muito mal parado...ou o caldo entornado...só posso tar errado...senão fico danado...

quarta-feira, julho 21, 2010 6:11:00 da tarde  
Anonymous Frederico Roque said...

O cargo é pago em bandeiradas pela Autocoope: uma referência vale 25% de uma bandeirada. Ou então uma mala gratuita ou ainda uma viagem em silêncio (válido nos taxis aderentes e sujeito à oferta limitada).

quarta-feira, julho 21, 2010 6:16:00 da tarde  

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