sexta-feira, maio 26, 2006

Crónicas de um viajante - Massamá


Na senda do meu fellow blogger Sebastião, resolvi também escrever as crónicas das minhas viagens. Estas, porém, padecem de um sério problema: é que eu só viajo a pé. É bem verdade, sim senhor, admito-o, que até tenho carro e vou para aqui e para ali com ele, mas viajar, assim com máquina fotográfica e tudo, só o faço a pé. Sou um peripatético, com especial ênfase nas últimas quatro sílabas do termo.
Eis portanto que me encontro sentado a descansar num rail de protecção manchado de sangue do IC19. Vou a caminho de Mem Martins faz quatro horas e parei para beber um gin tónico igual ao do Peter’s, na Horta, que tinha comprado no Snack-Bar Massa Má (desconfio que seja um trocadilho com o nome da terra onde acabara de entrar, não sei bem) porque tinha a garganta seca de inalar tanto monóxido de carbono. Percebi então que estava em Massamá, terra tão hospitaleira quanto inóspita, de urbanismo desregrado mas no bom sentido, que é o vertical ou não tivessem os prédios mais de dez andares. Monumentos há, mas tem que se procurar. Eu encontrei dois. Tinha um telhado e uma torre e havia uns toldos. Já não sei bem, se calhar não era um monumento. Olhem, esqueçam, depois se forem lá vêem.
O dialecto dos locais, esse, faz lembrar o praticado no McDonald’s do Colombo, mas mais puro, mais refinado, tipo açúcar, que é a única coisa refinada que eu conheço.
E lá há passadeiras.
Depois voltei para trás porque já era quase noite. Estou a pensar ir a Mem Martins na semana dos feriados, mas dá o Mundial e por isso ainda não sei.
Isto das crónicas afinal não é muito giro, ó Sebastião. Prefiro os relatos das viagens. Relatos sim, tenho muitos, sou um misto de Almeida Garret e revista Volta ao Mundo. Agora crónicas, isso não há cá nada.
FR