Não criticarás entre o strogonoff e a musse
Não se trata de censura, eles podiam dizer tudo o que quisessem desde que não o fizessem na televisão, na rádio ou nos jornais. Podiam ter blogs, comentar nos cafés e até meter-se em cima de um barril e vociferar opiniões na Rua Augusta, desde que deixassem aqueles meios de comunicação, que se passariam a dedicar apenas a séries, música, futebol e cartoons, que é o melhor que fazem.
E pergunta V. Exa., com um tom inquisidor que eu não aprecio, o porquê desta minha decisão de despedir aquela gente toda, decisão essa que espero que venha a ter aplicação prática nas próximas semanas, que depois mete-se a Páscoa.
Trata-se, como o mais astuto leitor já acertou, de incompetência. Andam há meses a discutir o orçamento, a forma como ele foi negociado, o Concelho de Estado e mais não sei quê, quando isso em nada nos afecta. Esteja lá quem esteja a fazer continhas à vida, para o ano vamos ter um défice maior que as dioptrias do Mário Crespo. Em compensação, existe em Bruxelas um bando de cretinos inimputáveis em quem ninguém votou – a comissão europeia – cujo membro espanhol arrotou duas frases e mandou a Euronext toda para o galheiro e transformou a economia portuguesa na estrutura mais esburacada do país, a seguir à defesa do Sporting.
Mas isso ninguém critica ao almoço, pois não?
FR
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