quarta-feira, novembro 15, 2006

Gosto da palavra "escalopes"

O Santana Lopes lançou um livro sobre o período em que foi primeiro-ministro. O livro seria da dimensão de um folheto, mas como aborda os erros então cometidos, vai sair em doze volumes, cada um dividido em três tomos.
Mas não é do livro que quero escrever. Em bom rigor, não quero escrever sobre nada. Ah, vais escrever sobre o Luís Delgado? pergunta um leitor que tenha resistido ao primeiro parágrafo. Exactamente, escrevo eu, entusiasmado por ter leitores que façam perguntas tão inteligentes.
Ora, o Luís Delgado disse ontem na SIC Notícias, enquanto eu procurava desesperadamente o comando da televisão, que o Santana Lopes "até é meu amigo, nem tenho problemas em assumi-lo" para depois acrescentar que "este livro é fundamental para revelar a verdade do que se passou, que Santana foi vítima de conspiração entre Sampaio, Marcelo e Cavaco, e que o homem ainda é novo e tem muito para dar à política".
A primeira frase equivale àquela atirada pelo gajo que diz "não sou racista, até tenho um amigo que é preto". Só que o Delgado, para além do "até" ainda mete um "nem" que dispensa qualquer psicanálise mais aprofundada. O que o idiota queria dizer era "sou comentador político e não posso dizer mal do gajo porque foi ele que me indicou para presidente da Lusomundo quando era primeiro-ministro".
Já a segunda frase está mesmo a dizer "sou uma cavalgadura, mas o gajo às tantas ainda volta e o gabinete de administrador da PT tem uma vista bem catita ah pois tem".
Quanto ao lançamento do livro, nada sei porque não gosto de ficção, embora me pareça que muito mais importante que o lançamento de um livro é o seu esgotamento. Imagine-se um cliente a tirar o último livro disponível de uma estante, originando fortes aplausos de quem assiste ao momento. E para culminar, esse cliente autografaria (não, não é um stand de automóveis na Trafaria) o último exemplar e ofereceria-o ao autor. No caso do livro do Santana Lopes, o cliente poderia escrever qualquer coisa como "Se comprei 999 exemplares da primeira edição, porque não os 1000? Um abraço do teu amigo (sem problemas em assumi-lo), L. Delgado."
FR

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"autografaria" não é de facto um stand de automóveis mas sim uma lojeca (reprografia) onde tiram cópias baratinhas, transcrevem aulas e fazem estampas em t-shirts, mas no Barreiro.

quarta-feira, novembro 15, 2006 11:37:00 da manhã  
Blogger Grow2Harvest said...

Santana, vuelve(-te)!!

- El Delgado

quarta-feira, novembro 15, 2006 12:39:00 da tarde  
Blogger Grow2Harvest said...

Escalopes au Madeira...

com o AJ Jardim à mistura.

quarta-feira, novembro 15, 2006 12:50:00 da tarde  
Blogger Grow2Harvest said...

Escalopes au Madeira...

com o AJ Jardim à mistura.

quarta-feira, novembro 15, 2006 12:50:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já li o livro do Pedro e gostei muito. Principalmente da parte em que ele salta, sem pára-quedas, de um avião em chamas, salva duas Santanettes em pleno vôo, e aterra em cima do assassino de Francisco Sá Carneiro, que havia identificado momentos antes.

quarta-feira, novembro 15, 2006 2:48:00 da tarde  
Blogger Grow2Harvest said...

A mim parece-me irónico e incongruente que um governo com tanta mulher (que obviamente tinham de ser amantes do Pedrinho - não estavam lá por competência), tenha sido tão criticado, apelidado de incompetente e tenha durado tão pouco tempo.

alguém nota aqui algum problema de raciocínio? "és mulher, estás no governo do Pedro, é porque és amante dele..."
onde estavam as feministas nessa altura? direitos das mulheres? atingir posições de topo?

não concordo com o Pedrinho, mas que de facto havia uma campanha enorme contra ele é inegável. Ser apedrejado na imprensa diariamente não ajuda à sobrevivência. Que é precisamente o contrário da benevolência dos jornalistas que acompanham este governo.

enfim.

quarta-feira, novembro 15, 2006 4:12:00 da tarde  
Blogger Grow2Harvest said...

mas aposto que o governo ainda lá estava se fosse a joana, a rita e a teresinha a estarem no office...

digo eu, que nunca as vi.

quarta-feira, novembro 15, 2006 8:01:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ai o Pedrito, e o Luisinho (se a memória não me falha, só faltaria o Huguinho, para estar completa a trilogia dos sobrinhos do pato Donald!)...
Que saudades de me rir!!!
Aquilo é que foram tempos!!!Podiamos não ter pão, mas tinhamos circo todos os dias, como no tempo dos romanos!
Também não percebo porque é que fica aqui no ar a suspeita de que o Luisinho era parcial e tendencioso...
Nada disso, o Santana estava muito bem, o país ía a andar prá frente (para as zonas mais profundas e abissais do Oceano Atlântico onde estão os peixes com dentes e tudo e tudo!), e o Luisinho era o único comentador imparcial, sensanto e tudo e tudo, que percebia isso...
Já agora, já sabemos que o Santana voltou para a advocacia (e agora para a escritura - prateleira comédia!) como disse o próprio, foi o que ele sempre fez (?), e até disse (isto é verdade!), que até era bom, porque os meses que tinha estado no governo lhe tinham dado muitos "contactos"!!
Mas o Luisinho... que é feito dele?
Andará à procura do irmão perdido, o Huguinho?

quarta-feira, novembro 22, 2006 4:26:00 da tarde  

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