sexta-feira, novembro 21, 2003

Bifana fatal ou parvoíce total?

- Eu saí de casa, desci o elevador e logo aí achei estranho ir lá dentro um palhaço com um aquário com um peixinho lá dentro. Mas enfim, vivem pessoas muito estranhas naquele prédio. Quando ia para o carro apareceu-me à frente um mendigo que me disse que me pagava um café se eu conversasse um bocado com ele. Em alternativa, matava-se. Eu pensei um bocado e fui, até porque o café lá no trabalho é péssimo. Já no café, o vagabundo disse-me que era amargo e que por isso não valia a pena viver mais tempo. Eu disse para ele pôr mais açúcar e ele respondeu que nem estava a beber café, era um carioca de limão. Depois então compreendi que quem era amargo era ele, não o café. O tipo saiu disparado, gritando que se ia matar, e foi-se meter debaixo de um autocarro. Eu continuei no café a beber, mas passei aos sumos naturais, que diz que são bons para a pele. Saí do estabelecimento, um bocado mais tarde, e lá estava o mendigo debaixo do autocarro, aos berros que se matava. Mas afinal não era um autocarro, era uma roulotte, daquelas com luzes verdes, que vendem bifanas de há quinze dias. Eu aconselhei-o a comer qualquer coisa quando a roulotte abrisse, que podia ser que se conseguisse matar. Chamou-me palhaço e nessa altura apercebi-me que aquele no elevador era eu, que o peixinho me esteve sempre a dar instruções e que eu só via e ouvia o que ele me ordenasse. Ou seja, o peixinho dentro do aquário é Deus ou pelo menos é um peixinho diabólico com poderes extrasensoriais. Entrei então no carro e vim aqui parar.
- E como é que o senhor explica os 2,4 gramas de álcool no sangue na altura em que bateu contra a vitrine da loja de sumos?
FR