segunda-feira, outubro 13, 2003

Marcação por voz: O Estaline que há dentro de nós

Confesso que programei o meu telemóvel para, ao lhe ordenar o nome da pessoa com quem quero falar, ele marcar o respectivo número imediatamente. Enfim, tempos houve em que tinha, literalmente, demasiado tempo livre nas mãos. Mas é sem dúvida um sistema que me irrita mais que levar pontapés nas costas da cadeira do cinema, o que por si só é justificação suficiente para cometer um homicídio (aquelas cadeiras cujo banco tem uma mola e levanta, ficando junto ao encosto, têm um efeito surpreendente num crânio, acreditem). Por isso, apesar de programado, não é método que utilize.
Terá pensado o inventor deste sistema hedonístico: "para que o utilizador não se canse a carregar em três teclas seguidas para encontrar o número que pretende na lista de contactos, só vai carregar numa tecla e de seguida diz um nome, poupando 0,22 segundos e preservando a sua frágil impressão digital!" Perante a genial ideia, os fabricantes terão torcido o nariz (o próprio, não o do inventor, embora não por falta de vontade). Ao que o sublime cretino terá acrescentado, para gáudio dos fabricantes: "ah... e o preço de cada telemóvel sobe 35%!" FR