segunda-feira, outubro 10, 2011

Tão claro que ofusca

A TVI noticiou hoje que o município de Almada resolveu apagar a iluminação pública da localidade durante uma hora diária, para poupar energia e consequentemente uns cobres. Na peça entrevistavam uma senhora muito cretina que contou três longas histórias, de vizinhas e dela própria, em que todas tinham muito medo, uma porque saía às seis da manhã de casa, a outra porque tinha que apanhar o autocarro às sete menos um quarto e ainda uma terceira que tinha que ir para casa de uma senhora para pegar ao serviço às sete e meia e que não tinham luz e dava cagaço ai jesus minha nossa senhora. A senhora tinha tanto medo que deu a entrevista de costas para a câmara e sem se identificar, talvez receando que a edilidade também lhe cortasse o gás à hora de jantar ou, pior, a tvcabo à hora da novela. Constatei, porque é o que eu faço e é uma cena minha da qual não abdico, que a entrevista decorreu na tal rua escura, pelo que ela não teve medo da repórter que a abordou no sentido de saber se tinha medo de ser abordada por alguém numa rua escura.

Durante toda a reportagem, nem jornalista nem transeunte imbecil referiram a questão dos impostos que a senhora e a própria jornalista pagam e que deveriam cobrir as despesas com - sei lá, por exemplo e assim de cabeça, mesmo correndo o risco de estar a ser impreciso - a luz.

FR