terça-feira, setembro 30, 2003

Odeio Pessoas

Os meus amigos esboçam um sorriso, algures entre o divertido e o "como é que eu me dou com este gajo", sempre que eu afirmo que Odeio Pessoas. Mas a verdade é que odeio.
As pessoas, e por estas entendo todas as que não gosto ou não conheço, quer pessoalmente quer a obra ou os feitos, só servem para empatar, dificultar, chatear, atrasar, impedir, proibir, irritar, estorvar e atravancar. Eventualmente o único benefício que advem da existência delas é o facto do pagamento dos impostos se repartir por mais gente. E mesmo aí tenho a impressão que estou a pagar muito mais do que devo, mas não estou de momento com cabeça para contas.
E não digo isto para insultar ninguém ou por falta de caridade ou solidariedade. Digo porque, em algum momento da nossa vida (e desconfio que mais na minha), desejámos que não houvesse tanta gente à nossa volta. No Metro, por exemplo. Ou o idiota fanático do tuning que passa na bisga. Ou o camelo que buzina, imediata e insistentemente, porque abrandei para ver o nome da rua onde estou. Ou ainda o palhaço que cola a toalha dele à minha na praia e fala com os amigos como se eles estivessem em Espanha. Desculpem, agora fui injusto. Pobres camelos a serem comparados a pessoas. Dos palhaços não tenho tanta pena...
Apesar deste meu problema em lidar com 99,8% (aproximadamente, até porque também simpatizo com muita gente) da população, não consigo encontrar alternativa a viver aqui neste planeta.
Estão a pensar que eu poderia viver numa ilha deserta? E se quiser ir ao cinema? Ou jantar fora? A verdade é que não há alternativa. Já pensei, acreditem.
E viver noutro planeta? Oh, que disparate!
"Então vai-te matar!", pensará algum de vocês... confesso que também já pensei exaustivamente nessa alternativa, mas sinceramente não me agrada, quer pela dor física que lhe está associada, quer porque isso não resolveria o meu problema de enfrentar multidões. Agora, se algumas pessoas se fossem matar... FR